GEOGRAFIA dos AFECTOS

Qual é o objectivo do estudo?

Nas últimas duas décadas o transnacionalismo tornou-se uma importante área de estudo, reunindo diferentes disciplinas com o objectivo de estudar os tipos de ligações e relações que as pessoas mantêm entre fronteiras nacionais. Estudos empíricos realizados até à data sobre o transnacionalismo dos migrantes por todo o mundo e de diferentes grupos, não são claros quanto ao envolvimento transnacional das "segundas e terceiras gerações": alguns afirmam que esse envolvimento é inexistente ou irrelevante; outros dizem que é muito real e importante para a sua integração e identidade social; outros ainda sublinham as profundas implicações económicas, sociais e políticas, tanto para as nações de origem étnica como de residência. Por outro lado, a investigação sugere que as relações familiares e de amizade são um recurso social valioso para o (re)afirmar das noções de pertença cultural, étnica e familiar, bem como para comportamentos transnacionais. São estes os argumentos que suportam o meu projecto de investigação sobre transnacionalismo dos descendentes de imigrantes portugueses.

 

A investigação tem lugar e compara dois territórios (Canadá - Toronto e França - Paris) e tem como objectivos: a) compreender em que medida estes jovens estão envolvidos em redes sociais transnacionais, b) de que forma e em que contextos estão envolvidos e quais são as causas; c) em que medida é que estas ligações transnacionais ocorrem, e d) quais são os efeitos resultantes de tais ligações.

 

A investigação centra-se na análise das redes sociais destes jovens, explorando o papel da diáspora portuguesa e os contextos sociais, regionais e políticos em que vivem. A recolha de dados começou em 2012 e ainda decorre. A conclusão do trabalho está previsto para 2015.

 

Porque é que estou a ser convidada/o a participar?

Incluir no estudo todas as pessoas a quem se poderia aplicar o estudo seria uma tarefa enorme e quase impossível de realizar, não só porque se trata de uma grande população e temos limitações sérias ao nível de tempo, recursos humanos e materiais, mas também porque esta população partilha um ou mais atributos que são difíceis de definir, localizar e medir, ou seja, eles constituem o que os investigadores chamam de “população oculta”. Por isso, decidimos seleccionar um subconjunto de indivíduos, de dentro do grande grupo de pessoas que poderíamos estudar (o método é denominado de amostragem). Neste caso específico, a amostra, ou seja, as pessoas que contactamos e incluímos no nosso estudo serão seleccionadas utilizando três procedimentos complementares. O primeiro consiste em seleccionar pessoas por conveniência ou oportunidade, ou seja, uma pessoa é escolhida porque já se conhece, cumpre os requisitos e está disponível para participar. O segundo procedimento consiste em pedir a uma pessoa com quem já falámos para nomear outra pessoa da sua rede de contactos que possa estar disposta a participar na investigação e então o investigador contacta os nomeados e convida-os a fazerem parte do estudo (técnica denominada “bola de neve”). E o terceiro método consiste em divulgar o estudo em contextos relevantes e tentar obter o maior número possível de contribuições de pessoas que aleatoriamente cumpram os requisitos necessários para responderem às nossas questões.  Estes procedimentos são repetidos até se atingir o número definido como suficiente ou se esgotar o tempo definido para esta tarefa.

 

Por conseguinte, gostaríamos que participasse no estudo, pois acreditamos que pode dar um contributo importante para a investigação. Mas a sua participação é voluntária, cabe a si decidir se quer ou não participar. Se não desejar participar não tem que fazer nada em resposta a este pedido. Se decidir participar será convidado a assinar um termo de consentimento livre e esclarecido. Se decidir participar poderá ainda desistir a qualquer momento e sem apresentar uma razão.

 

O que me acontece se aceitar participar?

Participar neste estudo não vai trazer-lhe quaisquer riscos ou benefícios directos e as possíveis desvantagens/custos envolvidos são o tempo despendido a responder às nossas perguntas. No entanto, a participação no estudo e as informações que fornecer podem contribuir para promover a nossa compreensão do tema e permitir apresentar resultados benéficos para a comunidade portuguesa na diáspora, bem como possibilitar a elaboração de recomendações que permitam uma evolução nas políticas e práticas do estado português face à Diáspora.

 

As informações serão recolhidas através de um questionário onde lhe é solicitado que responda a diversas perguntas sobre as suas redes sociais e a comunidade portuguesa, as suas percepções e sentimentos sobre as relações interpessoais e a vida quotidiana no lugar onde vive. Haverá também algumas perguntas de âmbito pessoal. Responder ao questionário pode levar cerca de duas horas, dependendo do tipo de informação disponibilizada.

 

A informação que eu disponibilizar vai ficar confidencial?

Toda a recolha, armazenamento e processamento de dados irá cumprir os princípios da Lei 67/98 - Lei da Protecção de Dados Pessoais e os dados ou informações geradas pelo estudo serão processadas e mantidas em conformidade com a Política de Integridade Académica da Universidade.

 

Todas as informações recolhidas serão mantidas estritamente confidenciais e serão tornadas anónimas, não podem ser ligados a qualquer informação pessoal. Apenas os membros da equipa de investigação terão acesso às informações que nos serão fornecidas. As informações provenientes da análise só serão tornados públicas em formato específico a fim de garantir que nenhum participante será identificado. Sob nenhuma circunstância haverá respostas identificáveis fornecidas a terceiros. Os dados gerados no decurso da investigação serão mantidos em formato electrónico e papel por um período mínimo de 5 anos após a conclusão do projecto de investigação.

 

O que é que vai acontecer aos resultados do estudo?

Todas as informações fornecidas e posterior análise serão armazenadas anonimamente num computador pessoal e em DVD. Nenhum dos indivíduos que participam no estudo será identificado em quaisquer relatórios ou publicações.

 

Os resultados deste estudo estarão disponíveis em uma ou mais das seguintes fontes: dissertação; trabalhos científicos/académicos publicados em revistas especializadas; apresentações em conferências e seminários de âmbito local, regional, nacional ou internacional. Uma cópia final da tese estará disponível no Repositório institucional da Universidade de Lisboa, de acordo com a Política de Propriedade Intelectual.

 

Uma cópia da investigação publicada pode ser obtida a pedido. Isso pode ser feito através do e-mail referido nos contactos, ou fornecendo-nos um contacto através do qual possamos fazê-la chegar até si.